O Que é Ser Escritor?

Veridiana Avelino
3 min readMar 2, 2021

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30/30 — Imagem de escritor.

Imagem: Pinterest

Quando imaginava como um escritor deveria ser, pensava num homem de óculos, cardigã marrom com uma camisa de gola por dentro, sentado num escritório, com uma enorme escrivaninha de madeira e cheio de estantes com muitos livros. E esse escritor estaria bem concentrado trabalhando com seu computador e ao lado, uma caneca fumegante cheia de um bom café. Era a imagem que nos vendiam.

Todavia, eu estava enganada. Escritor, no dicionário, é definido como aquele que escreve. Procurei no dicionário e não vi nenhuma referência à essa pompa que eu imaginava. Logo, imaginei que também poderia ser considerada escritora.

Ser escritor é qualquer pessoa que se disponha a compartilhar seus pensamentos com outros através da escrita. O ato de escrever em si é nobre. Quando escrevemos, deixamos de ser egoístas em guardar nossas ideias para nós mesmos e dividimos com outros. O Movimento da Escrita nos provou que somos todos escritores e me fez despertar da estagnação em que eu estava.

Ser escritor também é ser um eterno leitor e estudante, já que precisamos estar atentos às mudanças de percepção das pessoas sobre os fatos da vida cotidiana. Saber se posicionar, abordar temas diversos, falar do tempo em que vivemos ou qualquer outro assunto requer pesquisa e embasamento.

Ser escritor também é ser responsável e eu não pensava assim. Achava que era só sentar e escrever o que quisesse, mas a verdade é que temos uma reponsabilidade com nosso leitor. Temos que ter um cuidado de entregar um bom texto, para que seja agradável de ler e que alcance o objetivo, seja informar, seja divertir, seja mergulhar num mundo de fantasia ou até mesmo, só conversar com o leitor.

Ser escritor é abrir sua intimidade através de uma janela, que é a sua escrita, para que as pessoas também lhe enxerguem. Isso requer muita prática e eu até diria, ousadia. Confesso que evolui bastante e preciso evoluir mais nesse aspecto.

Disciplina e comprometimento também devem fazer parte da vida do escritor. A jornada nos mostrou isso. Escrever todo dia, um mínimo de palavras, alavanca nossa mente a produzir mais. Depois essa produção é automática e dessa forma amigos, não devemos parar de escrever um dia sequer. Temos agora esse compromisso conosco.

Estou me descobrindo escritora e ganhei essa confiança depois da jornada. Sempre tive muitas ideias, que as registro em pequenos cadernos ou mesmo no celular. Tenho o hábito de escrever histórias de ficção desde muito tempo, mas essas histórias são direcionadas para um publico de três pessoas (eu, minha irmã e uma prima), porque os personagens, os ambientes e os absurdos que acontecem só são compreendidos por nós três. É o nosso mundo particular. Todas escreviam. Era como se fosse um clube da escrita, mas crescemos e vieram as ocupações triviais da vida adulta. Elas pararam, mas eu continuei e de vez em quando, compartilho um conto com elas.

A capacidade de criar sempre me acompanhou, mas aprendi que escritor precisa mais do que isso. Precisa saber como organizar as ideias, trazê-la da mente para o papel (ou para a tela (tempos modernos)) e pude aprender tanto nesse movimento de escrita.

Então, concluo feliz essa jornada com aquela maravilhosa sensação de dever cumprido, dever esse que me deu muito prazer. Feliz por sentir que faço parte de uma comunidade de excelentes escritores que conheci ao longo da nossa jornada.

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Veridiana Avelino

Leitora voraz e também escritora. Gosto de viver, conhecer lugares, experimentar sabores, sentir o cheiro das coisas. Ver esse mundo que Deus criou!